pós anarquismo e forma de vida

Sempre exercido contra o povo o poder assujeita, silência e mata nossa potência individual e coletiva. O poder está dentro e fora do Estado, é divino e tenebroso. Sempre parasitário e assassino. Ele cria, destrói e controla nossos destinos. É desejado, querido, buscado e reverenciado pelos que entre nós  são perversos e autoritários. Mas o poder é sempre maldito e isso me faz libertário.

Neste exato momento há mudanças acontecendo lá fora. Algo está em movimento, qualquer coisa se transforma. Ninguém sabe, percebe ou notícia a mudança. Mas já não somos os mesmos. Algo em nós acontece de outra forma  e aqui dentro agora é também lá fora.

O futuro pode nunca se tornar nosso. Mas desde já, também não será, dos ricos, dos brancos, dos políticos  e dos verdugos. NÃO! O futuro não perpetuará, mais uma vez, a hierarquia e a escravidão. Ele será contra o Estado,  contra a nação e todo modo de servidão. O futuro, meus amigos, de alguma forma, será libertário! Escutem bem o que digo.

Vanguardas agitam bandeiras no deserto das militâncias. Distribuem panfletos, indignações e esperanças. Mas vanguardas não educam o povo e bandeiras não mudam o mundo. Só os corpos nas ruas produzem mudanças e desafiam o absurdo. Então me respondam,  por onde andam os corpos, a vida e o tumulto? Quem tem fome de mundo? O que acontece lá fora? O que nós faz ser no agora? Quem desafia o absurdo?

Embriagados de contracultura  dançaremos  contra condutas  no baile do fim do mundo. Afinal, ele será o último de nossas vidas e o primeiro depois de tudo. O futuro será, então, finalmente  outra coisa no coração do absurdo.

O tempo passa. É sempre hora de ir embora. É sempre momento de despedida. Pois a vida é estar constantemente  de partida. É uma ausência  que não se anuncia na presença que se renova  inventando outro dia.